O Caçador - à espera de um milagre
A fim de alguns anos de sexo com pessoas interessantes, num jantar entre amigos onde pela primeira vez tive uma conversa cheia de desabafos de ambas as partes e depois de ter assumido as minhas tendências sexuais e ter contado algumas peripécias passadas ao longo destes anos todos, chamaram-me de “ O caçador”.
Achei piada, já tinha dado por isso mas nunca me tinham chamado de tal, “ O Caçador”. Vim para casa, e ao som do bater das ondas do mar na minha “barraca”de praia, conde normalmente acontecem os meus escritos, aqui estou tentando fazer uma reflexão de todo o tempo passado e tentar justificar o nome de “O Caçador”.
Como estes escritos são para mim um desabafo que quero compartilhar contigo que me lês aqui vai um percurso de vida de “O Caçador”.
Ainda não entendi bem porquê. Desde muito novo, aí por volta das quinze anos de idade quando em lutas ocasionais de corpo a corpo entre rapazes, que comecei a sentir uma certa atracção por eles, principalmente quando eram bonitos, (o bonito para mim é um rapaz de corpo e porte perfeito que tenha algo de feminino sem ser afeminado). A certa altura já provocava essas lutas (de brincadeira) para os poder sentir. Foi um método que engendrei para os ter mais próximos, sentir seus corpos aliciantes e iniciarmos-nos numas “brincadeiras sexuais”.
Não me lembro de ter levado uma nega, sempre que me atirava e sempre rodeado de uma certa perspicácia levava a á gua ao moinho, como se diz na gíria corrente:- Acabava sempre com o coiso na mão e a mão na coisa, (ao principio era só assim).
Com o andar dos tempos, fui sentindo a obrigação de ter contactos sexuais com muitas mulheres o que era difícil, pois tinha mais facilidades com rapazes da minha idade. Fui descobrindo também que tinha permanentemente um desejo compulsivo denominado de "satíriase”. (Sátiro é uma figura da mitologia grega, meio homem, meio animal, descrita como um ser preguiçoso e sensual). Nessa variante de comportamento sexual, o homem não desenvolve uma relação duradoura sentindo-se sempre compelido a mudar de parceiro ou parceira. O que motiva a sua relação sexual é apenas um acto de conquista. Efectivamente era a conquista que me seduzia.
À tarde, acontecia no trabalho (mas sem nunca dar nas vistas), à noite era outro engate no café e às vezes acontecia outro ainda no caminho para casa (umas vezes para passar a noite outras , só pelo prazer do momento). Porque tinha um comportamento normal, não tendo tiques ou qualquer comportamento que desse nas vistas as minhas opções sexuais (ainda hoje!) sempre tive e tenho possibilidades de grandes engates.
Percorri todas as pensões de Lisboa, criei amizades fortes em algumas dessas casas chegando a ter as chaves dos quartos independentes (o que era bom, pois algumas pessoas nem davam conta que estavam a entrar numa pensão "outros tempos").
Cheguei a ter de sociedade com colegas de trabalho, apartamentos alugados para os nossos “cabritos”. Eram outros tempos em que se podia encontrar um novo amigo e levá-lo para casa sem qualquer problema, “não havia drogas nem prostitutos ou sida” havia sim, sempre um pouco de amor para trocar.
Buscando explicações para estes factos, procurei ler muitos livros sobre estas situações e cheguei à conclusão que há psiquiatras e outros especialistas que dizem: - O homem que actua como D.Juan busca alguém perfeito no seu imaginário com quem fazer sexo, depois da conquista sexual acabam por esquece-los: - Ai está o Caçador
Talvez porque sempre fui um tipo de amor-perfeito, apaixonavam-se por mim com facilidade. Eu no entanto, com é normal nos bissexuais, sempre tive dificuldade em manter esses relacionamentos por muito tempo.
Percorri um tempo interessante de conquistas de homens e mulheres. Estive apaixonado três vezes, uma delas foi com a mulher de quem tenho um filho, mas como um verdadeiro metrossexual, as relações não duraram muito, o máximo foi vinte anos, e já foi muito!
Depois deste escrito, fico á tua espera.
Comenta-me ou contacta-me se achares que sim! - A vida é para ser vivida no tempo que por cá andamos.
Se conhecerem alguém que sirva a este perfil, estou pronto a ser apresentado. O resto é com o Caçador que continua à espera de um milagre.
Este escrito é dedicado ao casal Bicho, sem tabús e sem preconceitos.
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