Pois é! Já há muito que não escrevo para este blogue. São várias as razões. Primeiro não tenho tido tempo pois a minha escrita tem estado vocacionada para outros blogues, segundo, para escrever histórias eróticas é preciso uma certa disposição o que não tem acontecido ultimamente, além de não ter estado em contactos com pessoas que me despertem tal facto. (estão a perceber!)
Mas vamos adiante, hoje publiquei uma história do meu amigo Diley Rodrigues em “O Canto do Nelson”. Ficou por lá porque eu acho ser uma história de vida maravilhosa e não tem nada de ‘sacanagem’ como dizem os brasileiros mas esta aqui publicada tem um pouco de erótico, embora o meu amigo diga que não.
Mas vamos ao conto!.....
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Menino do Busão
Quando eu estava com 17 anos, todo santo dia tinha que apanhar um bendito auto carro que me levaria para o estágio durante a manhã.
Já tinha lido relidos vários contos sobre as sacanagens que se passam dentro de um simples colectivo, e sempre achei tudo fantasioso demais, mas o que tenho para contar sobre o tempo percorrido dentro de um auto carro da Carris não é erótico, como verão.
Quando se tem uma rotina de fazer as mesmas coisas, todos os dias, você inevitavelmente 'conhece' as pessoas que também seguem e mesma rotina. E uma dessas pessoas sempre me chamou a atenção, um rapaz aparentemente da minha idade, com farda do colégio militar, magro, alto, branco, cabelo liso, olhos verdes... alcunhei-o e passei a reconhecê-lo por “anjo”.
Às vezes sentia uma vontade de lhe dizer um simples Bom dia, mas a vontade dizia para cabeça vai avança, a cabeça dizia para boca falo, e a boca respondia não, não digo nada, logo nunca troquei um olá com aquela criatura, a não ser olhá-lo muitas vezes insistentemente.
Embora todos os dias da semana percorresse o mesmo caminho e sempre á mesma hora a certa altura deixei de ver o tal garoto, até que numa bela tarde ensolarada, entro no meu orkut e vejo um visitante recente que não conheço, vou ver e deixo um cordial recado.
No outro dia, recebo uma resposta e depois de uns dias trocamos SMSs, e lá vou vendo o fotolog dele e conversamos durante horas, eu olhava aquelas fotos e minha memória queria reconhecer aquele rosto, cheguei a confundir com o de um outro amigo do passado. Até que a semana passada, voltei àquela mesma paragem do auto carro habitual e de repente, meus neurónios deram estalos e lampejaram como fogo de artifício em noite de festa! Era minha memória lembrando que o amigo que converso por SMS e orkut era o tal menino anjo que via e revia todo santo dia, estava ali na paragem do auto carro… Achei engraçado na hora!
Entrámos no autocarro, sentei-me a seu lado, disse olá!...
O “anjo” respondeu com outro Olá!...
- Comecei por entabular uma conversa da treta acabando por lhe contar toda a história. Em princípio não me reconheceu, mas depois de entrar em vários pormenores, chegámos à conclusão que eu era eu e ele era ele.
- Confesso que se arrependimento matasse, estaria morto.
Conversamos coisas banais, e descubro que ele é BI, assim como eu (sem trocadilhos). É deste fato que vem todo o remorso de não ter dito um simples Olá.
Eu confessei para ele que também sou, e morremos de rir, contamos segredos e fotos sensuais que trazíamos connosco.
O mais legal, naquele menino-deus que uma vez no passado desejei, e que poderia ter tido algum contacto cordial, me deu uma espécie de carta branca, ou seja, o momento que eu me sentir mais a vontade para ficar com ele é só avisar, que iremos nos encontrar e ver no que isso pode dar.
O auto carro parou. Tinha-mos chegado ao destino. Cada um foi para se lado
Já estou armando algo bem bacana para caso resolva aceitar essa proposta, mas fico pensando no que teria acontecido se minha bendita boca tivesse dito vou sim para minha cabeça, acho que sem a ajuda do acaso, teria perdido uma chance de ter um amigo e quem sabe algo mais.
Diley Rodrigues
Espero que tenham gostado quanto eu
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