Tinha acabado de receber mais uma notificação das finanças para pagar uma coima sobre um selo de carro que já tinha pago de 2011 referente a um carro que vendi há uns anos e que o actual dono não tinha pago. É o que acontece o que vende carros a n altura o comprador não põe o dito em seu nome.
Estava furioso. Ainda não tinha feito a barba nem tomado banho. O tempo estava também furioso. Ventania e chuva continuavam como há pelo menos quinze dias.
Uma calças velhas (velhas para mim porque estão rotas nos joelhos mas agora dizem que é moda e visto-as para parecer um tipo mais novo) e um blusão quentinho um boné vermelho a condizer com o carro as chaves do mesmo e lá fui até ao meu canto de meditação frente ao mar.
Praia de São Julião - Sintra em tempo de temporal.
O mar estava uma merda. Ondas pequenas mas vinham lá do horizonte espraiando-se praia dentro deixando à descoberta os calhaus que normalmente a areia encobre.
Assim que entrei na explanada o Carlos (empregado do estabelecimento e meu amigo intimo em algumas ocasiões) veio todo solicito cumprimentar-me e perguntar se queria o mesmo. É obvio que não se referia a outra coisa que não fosse a bebida pois não era hora, local ou ocasião pata outra coisa. Outras coisas que vocês estão pensando fazem-se no recato de minha casa, Então disse que sim!.. e lá veio o café com um pastel de nata.
Entretive-me a olhar o mar e a ler o jornal que ainda não lhe tinha posto a vista de cima e está à disposição dos clientes.
De repente comecei a ouvir o relato de um jogo de futebol qualquer que estava dar na TV. Olhei e vi todo o mundo virado para o ecrã.
Continuei a olhar o mar e a ler o jornal, pois o futebol é desporto que não me interessa. Digo por graça que são vinte e dois tipos a correr atrás de uma bola mais salvo erro cinco árbitros a ver se está tudo bem e no fim de tantos pontapés da desgraçada bola que não teve culpa alguma vão-se todos embora e deixam-na ficar no campo esquecida e desamparada.
Ora bem. Aquele barulho já me estava a incomodar quando na mesa ao lado se sentou um moço também com um café e um pastel de nata ao mesmo tempo que falava ao telemóvel e aparentemente também não estava ligando ao que se passava no ecrã.
Eu estava de costas para o dito ecrã, ou seja de frente para tal moço. Olhamo-nos nos olhos e qual não é o meu espanto quando o vejo olhar-me com mais insistência ao mesmo tempo que em vez de comer normalmente o pastel de nata metia a língua do creme do mesmo e rodopiava a parte do folhado ao mesmo tempo que esgava um sorriso maroto.
Fiquei aflito com aquela situação mas como não perco uma oportunidade tentei entabular conversa.
- Estes pastéis de nata até parecem os de Belém.
- É verdade!.. Quando cá venho é o que como.
- Mas você é de cá? Nunca o tinha visto.
- Sou de Sintra mas às vezes quando quero ver o mar é nesta explanada que me sinto bem,
- De facto é bastante agradável até por estar totalmente coberta e envidraçada.
- Pois!.. Mesmo com vento e frio aqui não entra. E você é de cá?
- Não!.. Sou do Magoito.
- Mas o Magoito também tem uma boa praia e um bom café restaurante.
- De facto é verdade mas aqui é tudo mais agradável.
- Está isto que você não gosta de futebol. Está de costas voltada.
- Não é o meu deporto favorito. Gosto mais de surf mas agora está mau tempo para o praticar.
- Que dizer você gosta mais de desportos mais radicais.
- Sim!.. Goto de tudo o que seja radical e de outras coisas menos habituais.
- E quais são essas coisas menos habituais?
Não cheguei e responder pois já estava junto a nó o Carlos que me perguntava:
- Não queres mais nada?
- Nesta altura até queria mas não sei se vou ter sorte.
- És danado!.. Não perdes uma ocasião. – ao mesmo tempo que se virava para o moço e comentava.
- Olhe que ele é bom rapaz mas não é de fiar.
O moço com ar intrigante perguntou:
- Mas não é de fiar como?
- Somos amigos e sei o que a casa gasta. Nunca perde uma boa ocasião.
Posto esta deixa o Carlos dando um pequeno sorriso foi-se afastando e recomeçámos a nossa conversa perguntando o moço.
- O que é que ele queria dizer que você não é de fiar?
- Ele tem destas coisas. É um pouco ciumento e não me pode ver em convívio. Se você fosse um velhote ele não ligava.
- Quer dizer que vocês são amigos íntimos?
- Não sei o que quer dizer com “amigos íntimos” mas se é o que estou pensando, é verdade. Curtimos uma certa amizade mas ninguém sabe.
- Eu também tenho alguns amigos de curtição mas são poucos.
- E será que me posso juntar a esses amigos?
- É natural que sim. Ao que parece estamos a falar das mesmas coisas.
De facto estávamos a falar das mesmas coisas restavam saber o que é que cada um queria do outro. Então levantei-me, pedi licença dizendo que ia o WC e lá fui.
Já estava naquela altura de sacudir o pirilau quando senti a porta abrir-se.
Era o tal moço que se colocou a meu lado tirou de fora o seu pénis e olhando para o que estava a fazer, comentou:
- Mais de três sacudidelas é considerado punheta.
- Eu sei pá!.. Mas não bato a mim mesmo.
- E se for eu a bater-te uma?
- Por mim estás à vontade.
- Isto aqui é um pouco perigoso.
- Não tenhas receio. Primeiro estão todos entusiasmados com a bola e depois o Carlos viu-nos entrar e não há outra chave.
- Então estamos há vontade.
- Completamente.
Posto isto, começámos a nos punhetar ao mesmo tempo que nos beijávamos ardentemente trocando salivam como se não fosse a primeira vez.
Olhamos nossos pénis e ambos se enrolavam por fora das calças até que não podendo mais desci as minhas
- Posso? – Perguntou ele.
- O que quiseres e te dê mais prazer.
João. Pois era o nome do moço afastou-me as cuecas e foi direito ao meu pau que estava hirto e firme como diz o outro e meteu em sua boca que húmida de saliva me estava dando um prazer imenso.
Aquele local não era o mais apropriado para outra qualquer relação mas mesmo assim foi a minha vez de lhe baixar as calças e as cuecas indo também eu provar aquele delicioso néctar que já começava sair do seu pirilau.
Estávamos loucos e fazendo felação à vez até que nos endireitamos nos beijamos e masturbamos. Viemo-nos ao mesmo tempo em grandes golfadas de esperma branco e leitoso.
Saímos um da cada vez do WC. Entreguei a chaves ao Carlos que ao recebe-la fez um rasgo sorriso e comentou.
- É s um tretas do caraças não perdes uma oportunidade mesmo Há minha frente.
- Estás com ciúmes? A que horas sais?
- Por volta das vinte e uma. Podes ir ver a telenovela a minha casa?
- Vou lá estar e levo uma garrafa de vinho branco de Reguengos.
- Fico esperando.
O que mais tarde aconteceu em casa do Carlos não vale a pena contar pois é sempre a mesma coisa. Fodemos até de manhã e esperamos por outra noite em minha casa ou na dele.
Quanto ao meu novo amigo João encontramo-nos novamente na mesa, agora numa só. Pouco falámos a não ser coisas de ocasião. Trocamos números de telefone com a promessa de juntarmos novamente nossos corpos mas para uma relação que não tinha sido possível no WC.
Fim deste encontro saboroso.
As fotos aqui apresentadas são livres de copyright e retiradas da Net.
Qualquer semelhança com factos reais é mera coincidência, ou não! O geral ultrapassa a ficção
Nelson Camacho D’Magoito
(O Caçador)
“Contos ao sabor da imaginação”
© Nelson Camacho
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