Dia da Raça de Camões e das Comunidades
Para os meus leitores atentos desta vez não vos vou contar uma história erótica, vou sim, homenagear à minha maneira, o meu Poeta predilecto até porque institucionalmente hoje, 10 de Junho ó o seu dia.
Podem dizer-me que neste blogue não cabe Camões, é mentira. Camões é o exemplo acabado da nossa língua da nossa raça lusitana. Também não é saudosismo ao dizer que aprendi Camões na escola, tal como aprendi música e a palavra Amor. Infelizmente nas escolas, a democracia acabou com a aprendizagem do nosso primeiro Poeta, embora me tenha dado a liberdade de escrever “coisas” que de outra forma não o podia fazer.
Sou assim, e não mudo. Hoje em todos os meus blogues, existe Camões.
--------------------♂ -------------------
Eu cantarei de amor tão docemente,
Por uns ternos em si tão concertados,
Que dois mil acidentes namorados
Faça sentir ao peito que não sente.
Farei que amor a todos avivente,
Pintando mil segredos delicados,
Brandas iras, suspiros magoados,
Temerosa ousadia e pena ausente.
Também, Senhora de desprezo honesto
De vossa vista branda e rigorosa,
Contentar-me-ei dizendo a menos parte.
Porém, para cantar de vosso gesto
A composição alta e milagrosa
Aqui falta saber, engenho e arte!
-------------------♂ ----------------------
Está-se a Primavera trasladando
Em vossa vista deleitosa e honesta,
Nas lindas faces, olhos, boca e testa,
Boninas, lírios, rosas debuxando.
De sorte, vosso gesto matizando,
Natura quanto pode manifesta,
Que o monte, o campo, o rio e a floresta
Se estão de vós, Senhora, namorando.
Se agora não quereis que quem vos ama
Possa colher o fruto destas flores,
Perderão toda a graça vossos olhos
Porque pouco aproveita, linda Dama,
Que semeasse Amor em vós amores,
Se vossa condição produze abrolhos.
--------------------♂--------------------
Se quiserem mais, visitem “O Canto do Nelson” e “Na cadeira me sento”
Um abraço para todos e todas e façam favor de serem felizes e não tenham medo de serem diferente.
O Caçador
Gotículas de Mar
Eram seis da manhã quando cheguei a casa. Vinha com uma pedrada ainda da noite de Carnaval, quando passei pela porta e não me apeteceu entrar, continuei, fui até à praia. Local onde passo grande tempo de meditação e vou escrevendo alguns disparates que depois vou publicando nos meus posts ou mando para algum jornal ou revista.
Ainda não eram horas para a esplanada abrir. Actualmente é o único sítio onde se pode tomar uma bica e fumar o maldito cigarro (tenho de ver se consigo acabar com este vicio, até porque cada vez estão mais caros).
Fiquei dentro do carro a ver o sol nascer.
O mar estava calmo e pequenas ondas iam-se espraiando praia dentro como a desafiarem-me a dar um mergulho, elas bem me chamavam, pois já estão habituadas a esses loucuras minhas, mas porra, estava um frio de rachar e embora traga sempre no carro entre outro apetrechos uma toalha de banho e uns calções, não me apeteceu fazer a vontade ao mar.
Fiquei ali quedo, ouvindo uma música suave, na ocasião um concerto para piano de Chopi, olhando aquele Sol vermelho que ia despontando no horizonte ao mesmo tempo que percorria as gotículas de água que percorriam os vidros do carro derivado á condensação.
Não sei se foi daquele espectáculo se das gotículas de mar que se iam transformando no princípio de um calmo nevoeiro, que me lembrei que aquelas gotículas juntas em milhões são o mar medonho que nos faz ir e não voltar.
Levei as mãos aos olhos, apertei um pouco e a minha mente abriu um espaço como se fosse um portal do tempo e vi aquela praia cheia de bundas apetitosas, estremeci, voltei à realidade, sai do carro, fui até ao porta-bagagens, retirei o PC portátil e comecei a debitar para vocês este meu texto que acompanho com um poema de Carlos Drumond de Andrade:
A Bunda. Que engraçada
A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.
Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais?
Talvez os seios.
Ora — murmura a bunda — esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.
A bunda, são duas luas gémeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.
A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.
Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.
A bunda é a bunda,
redunda.
Entretanto são nove da manhã, vou ligar a internete, debitar este poste tomar um café na esplanada que já abriu, e vou até a casa, tomo um duche e dormir até ao meio-dia, pelo menos.
Quanto a vocês, façam o favor de serem felizes, gozem o Carnaval que são três dias, porque como diz a canção “e tudo se acaba na Quarta-Feira”.
O Caçador
. Sai do armário e mãe pede...
. Depois de "All-American B...
. Crónica de um louco senti...
. “Porque razão é preciso t...