Dia da Raça de Camões e das Comunidades
Para os meus leitores atentos desta vez não vos vou contar uma história erótica, vou sim, homenagear à minha maneira, o meu Poeta predilecto até porque institucionalmente hoje, 10 de Junho ó o seu dia.
Podem dizer-me que neste blogue não cabe Camões, é mentira. Camões é o exemplo acabado da nossa língua da nossa raça lusitana. Também não é saudosismo ao dizer que aprendi Camões na escola, tal como aprendi música e a palavra Amor. Infelizmente nas escolas, a democracia acabou com a aprendizagem do nosso primeiro Poeta, embora me tenha dado a liberdade de escrever “coisas” que de outra forma não o podia fazer.
Sou assim, e não mudo. Hoje em todos os meus blogues, existe Camões.
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Eu cantarei de amor tão docemente,
Por uns ternos em si tão concertados,
Que dois mil acidentes namorados
Faça sentir ao peito que não sente.
Farei que amor a todos avivente,
Pintando mil segredos delicados,
Brandas iras, suspiros magoados,
Temerosa ousadia e pena ausente.
Também, Senhora de desprezo honesto
De vossa vista branda e rigorosa,
Contentar-me-ei dizendo a menos parte.
Porém, para cantar de vosso gesto
A composição alta e milagrosa
Aqui falta saber, engenho e arte!
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Está-se a Primavera trasladando
Em vossa vista deleitosa e honesta,
Nas lindas faces, olhos, boca e testa,
Boninas, lírios, rosas debuxando.
De sorte, vosso gesto matizando,
Natura quanto pode manifesta,
Que o monte, o campo, o rio e a floresta
Se estão de vós, Senhora, namorando.
Se agora não quereis que quem vos ama
Possa colher o fruto destas flores,
Perderão toda a graça vossos olhos
Porque pouco aproveita, linda Dama,
Que semeasse Amor em vós amores,
Se vossa condição produze abrolhos.
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Se quiserem mais, visitem “O Canto do Nelson” e “Na cadeira me sento”
Um abraço para todos e todas e façam favor de serem felizes e não tenham medo de serem diferente.
O Caçador
Sobre este dia, já escrevi algo no meu outro blog
Entretanto, sendo este um blog de características especiais podia ter contado mais uma das minhas histórias, mas não tenho pachorra para tanto, nem aconteceu algo nos últimos dias digno de nota que pudesse transformar numa história. Assim, sendo O Dia Mundial da Poesia e porque me lembrei à última hora de vos escrever algo aqui ficam dois poemas; um de Lobo Antunes, que descreve uma história de engate e outro de A. A.Manzanero que dedico a um amigo que está longe.
Espero que gostem.
Bolero do coronel sensível que fez amor em Monsanto
De: Lobo Antunes
Eu que me comovo
Por tudo e por nada
Deixei-te parada
Na berma da estrada
Usei o teu corpo
Paguei o teu preço
Esqueci o teu nome
Limpei-me com o lenço
Olhei-te a cintura
De pé no alcatrão
Levantei-te as saias
Deitei-te no banco
Num bosque de faias
De mala na mão
Nem sequer falaste
Nem sequer beijaste
Nem sequer gemeste,
Mordeste, abraçaste
Quinhentos escudos
Foi o que disseste
Tinhas quinze anos
Dezasseis, dezassete
Cheiravas a mato
À sopa dos pobres
A infância sem quarto
A suor, a chiclete
Saíste do carro
Alisando a blusa
Espiei da janela
Rosto de aguarela
Coxa
Soltei
Voltei para casa
De chaves na mão
Sobrancelha
Disse
Ao filho e à mulher
Repeti a fruta
Acabei a ceia
Larguei o talher
Estendi-me na cama
De ouvido à escuta
E perna cruzada
Que de olhos
Só
Teu corpo parado
Na berma da estrada
Eu que me comovo
Por tudo e por nada
In: "Eu me comovo por tudo e por nada", 1992
☺
Dormir contigo
de: A.Manzanero
Dormir contigo
É o caminho mais directo ao paraíso
Sentir que sonhas quando te beijo
E as mãos te acariciam
Dormir contigo
É navegar numa estrela até ao espaço
É embriagar-me com o sussurro da tua fala
Quando te abraço
É conhecer a dimensão que tem um verso
Sentir que durmo
Ao mesmo tempo que descubro o universo
Dormir contigo
Com o teu cabelo acomodado nos meus braços
É o veludo que me brinda o teu regaço
Que maravilha dormir contigo
Dormir contigo com o desejo de acordar quando amanheça
Com o calor de um novo dia à janela
Foi algo belo amor, dormir contigo.
☺
O Caçador
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